//Use a bolsa para proteger o bolso

Use a bolsa para proteger o bolso

Da porteira para dentro, o homem do campo já sabe como manter sua produtividade. Mas, o que complica são os riscos da comercialização, que podem ser superados com ferramentas de proteção de preço

Quando Marina Piccini disse que “o típico do agronegócio é que todo ano é atípico”, conseguiu traduzir em uma frase o que incomoda a maioria dos produtores rurais: a parte que cabe ao chamado “fora da porteira”. Entre os mais importantes está o preço.

O homem do campo se atualiza, frequentemente, quando o assunto é tecnologia para aumentar sua produção e obter boa rentabilidade. Mas, o que às vezes atrapalha seus lucros de uma boa safra são as vendas mal feitas e sem planejamento. Por isso, tem buscado instrumentos capazes de proteger seu preço na hora da comercialização.

Podemos dizer que a gestão de riscos da “porteira para dentro”, como negociação de preços, variação do dólar e etc., fazem parte do rol de coisas que certamente tiram o sono de nossos homens do campo. O mercado já oferece, há tempos, ferramentas para defender sua rentabilidade das variáveis complexas que formam os preços de commodities, algumas delas na própria bolsa de valores, mas não são utilizadas por muitos, que acreditam serem complexas e de difícil efetivação. O que não é, contudo, exigem a orientação de profissionais no assunto para iniciar e apoiar o produtor nesta evolução do conhecimento.

Pensando nessas dificuldades, duas empresas especialistas no ramo resolveram disponibilizar esses instrumentos de proteção. A Dedeagro e a Unibarter UGP Consultoria e Operações Estratégicas se reuniram para apoiar o agricultor na gestão de riscos de preços e câmbio, solucionando os impasses da “porteira para fora”, deixando ele focado apenas no que há mais de importante: extrair maior produtividade de sua lavoura.

Para o sócio proprietário da UniBarter,  Filipe Paiva, para que o agricultor possa crescer com segurança, longevidade e estabilidade, o foco dele não deve ser o preço, devido toda complexidade que está por trás do preço de uma commodity (exemplo: variáveis/componentes de formação de preços), entre outros fatores que aparecem do dia para noite de difícil previsão. “É muito difícil acertar qual será a direção o preço. Isso é fato! Então, a gente fala o seguinte: “Trave o seu custo de produção por meio de fixação de preço futuro de uma commodity ou fazendo uma operação de barter e trabalhe focado em aumentar a produtividade da lavoura”, expõe. Todo volume de commodity que o produtor produzir acima das sacas não atreladas ao custo de produção será a sua real rentabilidade, independente do nível que o preço estiver quando for vender este saldo de sacas. “O foco do produtor não deve ser em acertar o preço! Trave os custos e direcione seus esforços para produzir mais e garantir melhor rentabilidade”, completa.

João Dedemo, proprietário da Dedeagro, confessa que a comercialização sempre é um ponto de dificuldade para qualquer agricultor, mas é fato que existem situações em que a condição é visualmente favorável. “Repetidas vezes disse que a Dedeagro tem a missão de difusão de tecnologia e, o que trazemos é mais uma ferramenta que compõe toda a estrutura que pode gerar melhores resultados para os nossos clientes e nossos parceiros.”

 João Dedemo/DEDEAGRO

Ambos estão falando sobre três grandes ferramentas que, agora estão disponíveis aos clientes da Dedeagro: seguro de preço, seguro de variação do dólar e barter.

Proteção de preços no mercado agrícola

Ao detalhar o que é seguro de preço, João Dedemo e Filipe Paiva ressaltam que a Dedeagro, está disponibilizando sua conta na Bolsa de Valores, para que os produtores clientes possam usufruir desses instrumentos para proteger seu preço na hora da comercialização.

Filipe exemplifica: se o agricultor quer fazer um seguro de preço de milho a R$ 40, hoje, para setembro de 2020, com base preço B3 (ex.: BMF), se o preço subir para R$ 50, ele pode fazer um seguro de alto e ganhar, ou pode fazer um seguro de baixa no preço do milho, que, se cair para R$ 30, recebe os R$ 10.

“Um agricultor vai produzir dez mil sacas de milho, daqui a alguns meses, então, em setembro, ele vai ter a segunda safra de milho e vai colher as dez mil sacas. Hoje, ele pode acessar uma bolsa – com auxílio da Dedeagro e Unibarter – e comprar um seguro de baixa do preço do milho para 10.000 sacas. Assim, digamos que o preço esteja a R$ 40 na bolsa. Ele paga um prêmio, que vai variar (tempo até o vencimento, flutuação do preço do grão no mercado e o nível do seguro que escolhe). O mercado futuro vai negociando e a gente vai acompanhando. Se o milho, hoje, até setembro, cair abaixo dos R$ 40, o produtor já tem direito de acionar e receber essa diferença do que tiver o preço para baixo de quarenta reais. Por exemplo, se daqui a três meses, vier para 30 reais, o produtor pode acionar o seguro e receber os 10 reais por saca; receberia esse valor na sua conta. Se o preço do milho for pra R$ 50 ele vai simplesmente perder o prêmio que pagou do seguro da ferramenta.”

“Se o milho, hoje, até setembro, cair abaixo dos R$ 40, o produtor já tem direito de acionar e receber essa diferença do que tiver o preço para baixo de quarenta reais.” – Filipe Paiva

Paiva tranquiliza ao demonstrar que o custo da operação é considerado baixo. “O seguro de preços de commodities é mais barato – percentualmente – do que o seguro de uma caminhonete. Observe que o valor da produção do produtor (preço X quantidade produzida) tem significado maior do que o seguro de uma caminhonete, ou seja, o produtor atualmente faz um seguro de uma caminhonete e não faz do preço de venda de sua produção.”

Quanto à modalidade de Variação do Dólar, o sócio proprietário da Unibarter mostra que um dos componentes de formação de preço, do café, por exemplo, é o câmbio. “A gente sabe que os insumos, os grãos e as commodities são atrelados à formação de preço, à taxa de câmbio; um ativo que você pode, na bolsa, fazer seguro de baixa ou de alta, neutralizando, se não todo, grande parte do risco do negócio.”

Dedemo acrescenta que eles estão auxiliando os produtores a obter maior segurança com sua produção. “Esse pode ser o momento que nós, usando devidamente as ferramentas, conseguimos uma boa condição de comercialização. Não só do ponto de vista dos preços das commodities, como também na segurança de câmbio.”

Barter

Muito tem se falado sobre a negociação de Barter no agronegócio, operação financeira que envolve a troca dos produtos finais produzidos pelos agricultores por insumos em geral.

A estratégia garante o preço mínimo de venda e pode ser benéfica para negociar a produção. Todavia, deve ser gerenciada de maneira adequada para evitar riscos. “Nossa metodologia de trabalho é simples e objetiva. Apresentamos as melhores soluções em operações, procedimentos operacionais e documentos que envolvem as operações de Barter. Prestamos todo suporte aos clientes da Dedeagro, do início ao fim da operação. Afinal, a Unibarter é a primeira empresa no Brasil a prestar serviços relacionados às operações de Barter e Derivativos Agrícolas e Financeiros”, declara Paiva.

“Estamos felizes por implementar essa ferramenta que oferece mais condições de negociar os nossos insumos com nossos clientes, além de apresentar as ferramentas de segurança para garantir a maior valorização daquilo que produzimos no campo”, complementa João Dedemo.

Tranquilidade ao homem do campo

Especialista no assunto, Filipe afirma que o produtor é tomador de preço e não formador. “Nós não formamos o preço do mercado, mas sim tomamos esse preço. Assim, há uma nova forma do agricultor enxergar o negócio dele, como realmente um investidor, ter a visão de investir e ter um retorno disso.”

Como não tem como acertar no preço, é necessário trabalhar protegido e focar em produtividade. “São ferramentas que não tínhamos conhecimento e são muito interessantes. Dá segurança nos preços o que é bom demais. Uma ferramenta e tanto, e estava escondida. Agora, a descobrimos. Espero que todos acompanhem e procurem saber mais, é melhor do que produzir no escuro”, ressalta o produtor rural Mario Sérgio.

“Agora, a descobrimos. Espero que todos acompanhem e procurem saber mais, é melhor do que produzir no escuro.” – Mário Sérgio

Conhecer os instrumentos disponíveis no mercado através de pessoas especializadas, faz toda a diferença. “A Unibarter é uma empresa que ajuda as revendas a levar isso aos produtores, vai atrás de informação que, com certeza, vai dar maior garantia de rentabilidade à produção”, finaliza Filipe.

Realmente, os instrumentos da porteira para fora são muito importantes para a sustentabilidade do homem do campo. E contar com empresas sérias, que trazem tranquilidade a hora do “negócio” é sempre bom para o produtor, que cuida muito bem do nosso “agro”.

Apresentação aos produtores

No dia 16 de janeiro, a Dedeagro e Unibarter apresentaram, detalhadamente, essas ferramentas a dezenas de agricultores, em Guaíra, no salão Espaço Vip, através da palestra “Comercialização de Safra”, com Filipe Paiva.