A agropecuária brasileira além de enfrentar desafios significativos, como a escassez de recursos naturais, a mudança climática e a pressão crescente da demanda global por alimentos, invasões e uma série de outros problemas, não é tratada como prioridade do Estado,mesmo sendo um importante instrumento para assegurar a estabilidade social, política e econômica do país. A insegurança jurídica e a falta de investimentos sustentáveis e responsáveis, não colaboram em nada na garantia que este setor continue a desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento do Brasil.
Garantir que a população tenha acesso a alimentos saudáveis e nutritivos é essencial para a promoção da saúde, da educação e do bem-estar das pessoas é um direito fundamental reconhecido pelas Nações Unidas.
Passamos muitos anos, de importadores a exportadores de alimentos, e nossa agricultura familiar contribuiu muito para isso. Atualmente nossa produção agropecuária é responsável por uma parcela significativa do PIB do país, empregando milhões de pessoas em todo o território nacional, contribuindo para a redução da pobreza e da desigualdade social. Importante instrumento para assegurar a estabilidade social, política e econômica do país, bem como o direito humano da população à alimentação adequada.
Precisamos deixar as picuinhas de lado e começar a tratar o setor com o respeito que ele merece, a exemplo de outros países que “blindam” seus produtores rurais com subsídios e outros benefícios. O Panamá por exemplo, recentemente sancionou uma lei que visa criar condições para que todos os panamenhos e panamenhas possam ter acesso a alimentos saudáveis e nutritivos a preços acessíveis em todos os momentos. Ao mesmo tempo, favorece a competitividade do setor agrário, focando na sustentabilidade econômica, social e ambiental da produção de alimentos e no bem-estar dos habitantes das zonas rurais.
Seja como for, o caminho que se queira seguir, poderemos ter um país que seja uma referência em alimentos para o mundo ou então caminhar a passos largos para uma convulsão social pela falta deles. Afinal, somos produtos das nossas escolhas.