Chegamos cedo, sob um céu limpo, ao coração pulsante da Veiling Holambra, para uma visita técnica ao mais completo centro comercial e logístico do mercado nacional de flores e plantas. Jorge Possato, CEO da cooperativa e presidente do Ibraflor, nos recebeu com aquele misto de humildade e paixão que não se compra, se vive.
Claro que, junto dele, havia uma equipe tão bem preparada e com o mesmo amor, carinho e dedicação. Percebemos ali que todos os colaboradores têm sentimento pela empresa e, de forma muito dedicada, dão atenção a todos, inclusive aos visitantes. A sensação era de que estávamos entrando não apenas em um espaço físico, mas em um templo de flores, de sonhos e de histórias vividas.
A primeira coisa que ele explicou foi o nome de Holambra, HOL de Holanda, AM de América e BRA de Brasil.
Foi impactante saber que a cooperativa, com seus mais de 450 cooperados, opera 24 horas por dia, 7 dias por semana, enviando flores e plantas para todos os recantos do Brasil. Ele mostrou como cada leilão, cada venda, cada flor plantada é parte de um esforço coletivo, uma sinfonia em que todos têm um papel, do produtor à transportadora, do comprador ao jardineiro, do campo à mesa de cada lar.
Durante o jantar, Jorge reforçou o papel do Ibraflor, entidade que reúne centenas de produtores, cooperativas e associações em diversos estados, lutando pelo reconhecimento da floricultura, tanto no Brasil quanto no exterior. Ele falou de números com simplicidade, da importância econômica, sim, mas também do quanto a flor é símbolo, de alegria, de cuidado, de conexão.
Ali estavam mulheres, agricultoras de grãos, pecuaristas, produtores diversos, muitos sem nunca terem trabalhado com flores. E ainda assim, ao atravessar os pavilhões, ouvir o bater do Klok, o sistema de leilão revolucionário introduzido em 1989, ver as filas de mesas digitais, os modernos painéis de LED, as plantas exóticas, os vasos ornamentais, tudo isso provocou nelas um desejo, “quero fazer parte disso, quero cultivar beleza também”.
A cooperativa, com seus 800 mil metros quadrados de área total, sendo mais de 180 mil m² de área construída, abriga uma estrutura robusta, câmaras frias, terminais de compra, logística sincronizada, tecnologia embarcada em cada etapa. É quase poesia industrial, o lugar onde ciência, natureza e mercado se encontram para fazer flores florescerem, literalmente, no Brasil inteiro.
Saímos dali com um perfume novo nos sentidos, o cheiro úmido das estufas, o tom verde vibrante das plantas, o brilho das pétalas refletidas nos olhos de quem observava. E também com uma certeza, que o agro é múltiplo, e a floricultura é parte indispensável dele. Que cada broto novo, cada leilão fechado, cada entrega feita para quem esperava uma planta para alegrar a casa ou uma flor para presentear, é um ato de grandeza.
36 anos da Veiling Holambra não são apenas 36 anos de existência. São 36 anos de construção de um legado, de cooperação, de coragem. E ao se visitar um lugar assim, vive-se algo que vai muito além de ver flores bonitas, aprende-se sobre pertencer, sobre trabalho em comunidade e sobre o poder transformador de algo tão delicado quanto uma flor.