//Safra Rica Expo 2022:Integrando Soluções para o Novo Agro!

Safra Rica Expo 2022:Integrando Soluções para o Novo Agro!

 

No último dia 22 de janeiro, aconteceu a Expo Safra Rica, na cidade de Conceição das Alagoas, interior de Minas Gerais. Na Fazenda Alagoas foram apresentadas as novas  tecnologias  no campo. 

O CEO da Safra Rica Reginaldo Baraldi, conhecido como  Blitz, agradeceu a presença de todos, a Deus, aos parceiros, aos colaboradores e em nome do proprietário da Fazenda Alagoas, o senhor Márcio Mazeto, agradeceu a todos os produtores rurais, falou dos 19 anos de empresa e as cores da Safra Rica, “Somos verde e amarelo, a cor do Brasil, a cor que representa esse país verde e amarelo, o verde da Safra Rica tem tudo a ver com o verde da plantação e o amarelo o ouro da colheita que tá na nossa bandeira, no nosso país que tanto nos representa” 

Baraldi chamou o convidado Ricardo Salles, com as seguintes palavras:  “para falar sobre o novo agro, nada mais justo do que  chamar  uma pessoa de excelentíssimo gabarito, que nos representou e nos representa muito bem, o ex-ministro Ricardo Salles” 

Salles abordou principalmente o momento que o Brasil está passando, os ataques internos e externos a nosso agronegócio, créditos de carbono, conservação ambiental, gases de efeito estufa entre outros temas , confira a seguir os principais pontos da palestra do Ex Ministro do Meio Ambiente. 

Nós fazemos melhor que eles

Salles enfatizou que o Brasil tem que continuar sendo essa potência agroambiental, e que lamenta os ataques internos e externos que o Brasil vem sofrendo, principalmente de países concorrentes que não querem que o Brasil exerça seu potencial. “Nós fazemos melhor que eles, cuidamos do meio ambiente melhor do que eles, temos as tecnologias mais avançadas, a classe produtora mais dedicada e ainda assim a turma continua com aquela narrativa de que o agro brasileiro é responsável pela degradação ambiental, não é. Vocês podem dormir sossegados, porque não é mesmo”.Confira os principais pontos.

Gases de efeito estufa

Segundo Ricardo, quando esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente junto a Ministra da Agricultura Tereza Cristina, o trabalho para que o setor produtivo tivesse maior rentabilidade, qualidade de vida e sofresse menos com burocracias e regras que não fazem sentido, foi enorme. Discussões sobre mudança climática, créditos de carbono e dos gases de efeito estufa, onde o Brasil ao contrário do que dizem não é o grande responsável o grande vilão como muitos tentam apontar. Temos apenas 2.9 % de participação nesse quesito, bem atrás de China (30%), Estados Unidos (15%), Europa (14%), Rússia (7%) e Índia (5%).  (GRÁFICO CO2) (Figura 8)

Os problemas do Brasil são outros

Os problemas do Brasil são outros, como a expansão da fronteira agrícola do cerrado, como melhorar a vida de 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, como aumentar a produtividade no campo, produzindo com maior qualidade e tecnologia cada vez mais moderna. Nos últimos tempos o governo recebeu várias críticas sobre a liberação de novos defensivos agrícolas( erroneamente chamados agrotóxicos), principalmente da imprensa, induzindo a população acreditar que estamos de forma irresponsável aprovando  a entrada de produtos sem critério algum, o que não é verdade, pois os novos produtos aprovados são menos agressivos ao meio ambiente e as pessoas, dos que os atuais ou no mínimo iguais, “ a mentalidade dos que criticam é mais ou menos assim ,é como você dizer que nós temos que voltar a tratar doentes com penicilina,  porque tudo que veio depois dela é ruim, 

Créditos de carbono

O potencial brasileiro no comércio de crédito de carbono é significativo. Os ministros que nos antecederam estavam mais preocupados em média com a população internacional, como a comunidade europeia, franceses, com ONU, do que com os interesses nacionais. Desde que o Brasil aderiu ao tratado de Kyoto, em 2005, assumimos o compromisso de fazer investimentos devidamente certificados e reconhecidos a serem reembolsados pelos europeus. Dos 450 milhões de toneladas de carbono que eles certificaram, o Brasil conseguiu receber apenas o equivalente a 150 milhões, os outros 300 milhões estamos aguardando a mais de 15 anos. E a forma que encontraram para não cumprir os acordos, é sempre a mesma, construir narrativas como a questão indígena, os sem-terra, até fazer um corte temporal, para dizer que atualmente o Brasil quebra recordes de desmatamento, quando na verdade está longe disso.

Cadê o dinheiro

O Brasil acumulou 284 bilhões de dólares de crédito de Red, que não recebeu, desse montante recebemos para um Fundo da Amazônia apenas 100 milhões de dólares durante 10 anos, totalizando 1 bilhão de dólares, e a diferença estamos ainda  aguardando, “estão devendo e ainda se acham no direito de querer ditar regras em nossa própria casa”. 

Outro acordo foi o de Paris em 2015, onde a grande verdade por trás do acordo, era os países ricos convencer os mais pobres a aderir ao acordo. Eles (ricos) destruíram o meio ambiente, que são também os maiores emissores de gases de efeito estufa, precisam de países em desenvolvimento para reequilibrar o meio ambiente que eles destruíram, “é como se você chegasse em um restaurante e a pessoa dissesse pra você, sei que você não almoçou, você chegou só agora mas divide a conta comigo aqui, me ajuda a pagar essa conta,  lá na frente eu vou e pago uns almoços pra você também”. 

Sentou, sorriu, a conta dividiu, não tem conversa.

Aceitamos ajudar a pagar a conta e assumimos uma série de compromissos, exemplo que somos o único país do planeta que tem um Código Florestal, somos únicos em aceitar pegar terras produtivas para transformá-las em reserva legal e Apps, (tente pedir a mesma coisa para um produtor americano). Quanto ao dinheiro prometido em 2015, advinha, não recebemos nenhum tostão. “ Até o Biden atual presidente dos Estados Unidos prometeu em campanha uma ajuda de 20 bilhões de dólares para a Amazônia, e até agora não recebemos nada, chegamos a propor receber apenas 1 bilhão,(desconto de 19 bilhões) e mesmo assim, ficou apenas na conversa e promessas de campanha”.

Quem preserva ganha

O Ministério do Meio Ambiente instituiu o Programa Floresta+. O maior programa do mundo destinado à valorização de quem, de fato, preserva e cuida da floresta nativa brasileira. Para o projeto-piloto, na Amazônia Legal, são mais de R$500 milhões destinados para atividades que melhorem, conservem e recuperem a natureza. A iniciativa conta com a participação do setor privado e de recursos de acordos internacionais. “Esse é o maior programa de pagamento por serviços ambientais no mundo na atualidade. Os R$ 500 milhões recebidos do Fundo Verde do Clima vão remunerar quem preserva. Vamos pagar pelas boas práticas e reconhecer o mérito de quem cuida adequadamente do meio ambiente”,

Nas discussões sobre o programa em Brasília,existia o conceito que a reserva legal era uma obrigação. Até seria, se em todos os países do mundo fosse assim. Porque só os brasileiros têm que reservar áreas produtivas para apps e reserva legal, e ainda cuidar da área de forma gratuita? O programa vai remunerar aqueles que realmente cuidam e preservam o meio ambiente e não mais financiar palestras e viagens caras ao exterior, “para falar de Amazônia e mudança climática tem dinheiro internacional a vontade, assim é uma semana na Suécia, duas  na Alemanha, aí volta para Estados Unidos, vai para Costa Rica, tudo pra falar de mudança climática e Amazônia, o tempo inteiro. Essa discussão  é muito importante,colocar realmente as coisas como elas são. A gente defende o homem e a mulher do campo, quem trabalha,  que sustenta o Brasil, que cuida do meio ambiente, que recupera as reservas legais e as APPs, é nas cidades que continuam destruindo os rios, destruindo a qualidade do ar, destruindo o solo, é muito triste ver a imprensa internacional falar do Brasil, infelizmente reproduzindo as bobagens que se fala por aqui”. 

Da porteira para fora 

O produtor rural brasileiro da porteira para dentro continua a bater recordes de produtividade e eficiência. Mas da porteira para fora, falta mais união e principalmente uma boa comunicação para combater narrativas distorcidas que estragam a imagem do agronegócio brasileiro aqui e no exterior. Precisamos agir e mostrar a todos a força desse setor que alimenta 1.5 bilhões de pessoas no mundo.