É fato, incontestável, que a produção rural é fruto de uma imensa articulação com toda uma rede de empreendedores, independente do tamanho da propriedade e produção. São empresas de insumo, maquinário, implementos, financeiras, assessoria jurídica, contabilidade, funcionários, safristas e muito, muito mais, envolvidas no complexo setor responsável por quase 25% do PIB Nacional e 50% da exportação tupiniquim.

O impacto gerado pelo agro no Brasil, além de tantas vertentes, está intimamente ligado à ousada mudança de paradigmas enfrentada e aprimorada pelos empresários do campo.

Em todo o processo produtivo há constantes mudanças, seja ela de mercado, globalização, custos de produção, funcionários, entre outros. Tais modificações desafiam a classe rural empreendedora a buscar melhorias tecnológicas e de mercado.

Contudo, a maior mudança que se pode analisar no tão bem sucedido setor rural é o planejamento, especificamente, a gestão de pessoas. Uma produção, antes de tudo, se faz com pessoas, suas culturas, conhecimentos, crenças, ética, motivação. De nada adiantaria uma terra produtiva, uma semente de excelência, um clima desejável, um alto controle de pragas, um preço estabilizado de custo e venda, dentre outros fatores positivos para produção, caso não seja realizado por pessoas altamente capacitadas e desenvolvidas pessoal e emocionalmente, que estarão aptas a gerir toda a estrutura produtiva e dela extrair o melhor resultado de produção.

Parece ser assunto novo, no entanto, relatos contam que a gestão de pessoas teve seu boom na Idade Média e, atualmente, ganha novo espaço com o despertar para os investimentos no capital humano. A relação humana, principalmente em um setor enraizado em paradigmas, como o setor rural, caminha favoravelmente no gerenciamento e prosperidade da nova ruralidade. Desenvolver a capacidade de liderança e gestão dentro de um processo produtivo extremamente dependente de pessoas, é peça chave para solucionar conflitos e ganhar, com os novos desafios, impostos ao setor, principalmente em negócios familiares.

“Desenvolver a capacidade de liderança e gestão dentro de um processo produtivo, extremamente dependente de pessoas, é peça chave para solucionar conflitos e ganhar, com os novos desafios, impostos ao setor, principalmente em negócios familiares.”

Solucionar conflitos relacionados a trabalho versus capital, desempenho, cumprimento de metas, recrutamento, aprimoramento tecnológico, satisfação pessoal, ou seja, aprimorar a gestão de pessoas dentro e fora da porteira é o grande gargalo para a máxima produtividade. Clima, custo de produção, tecnologia, mercado (…) não serão suficientes para o crescimento de uma empresa rural caso não estejam caminhando com o desenvolvimento pessoal. Acredite, investir na gestão de pessoas é a nova prosperidade do campo!

Dra. Marina Mendonça

Advogada

Palestrante

Instrutora do SENAR-SP

Mestre em Direitos Coletivos e Cidadania

Pós-graduada em gestão escolar

Apaixonada pelo campo!