O ministro Carlos Fávaro se reuniu em São Paulo com representantes de grandes bancos, como Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Sicredi, Sicoob e Bradesco, para discutir apoio financeiro aos produtores rurais afetados pelos incêndios. A nova linha de crédito emergencial oferece condições especiais: dois anos de carência, juros de 7% ao ano e 10 anos para amortização.

Além disso, o governo autorizou o uso de recursos do Programa RenovAgro para a recuperação de áreas degradadas, com alguns bancos já disponibilizando o financiamento. “É uma linha com condições atrativas e prazo amplo para pagar,” afirmou o ministro, destacando a importância desse apoio para a recuperação das atividades agropecuárias.

Gustavo Chavaglia, produtor rural e líder no setor, destacou a urgência de ações coordenadas para ajudar aqueles que tiveram suas propriedades devastadas. “O dinheiro demorou, mas está saindo para o Rio Grande do Sul, e agora temos uma força-tarefa para atender quem teve propriedades queimadas,” disse ele.

Além de garantir que os recursos do Renova Agro cheguem rapidamente aos produtores, Chavaglia chamou atenção para a seca prolongada, que agrava a situação dos canaviais. “Estamos há mais de 160 dias sem chuvas, o que compromete a rebrota dos canaviais queimados. Precisamos nos antecipar e garantir recursos para o replantio em fevereiro.”

Chavaglia também defendeu uma estratégia robusta de prevenção contra futuras catástrofes climáticas. Ele comparou a preparação de países como Estados Unidos e nações europeias, que enfrentam fenômenos como nevascas e furacões, com a falta de infraestrutura no Brasil para combater incêndios. “Aqui, temos seca definida, o que transforma a vegetação em material combustível. Precisamos de um esforço conjunto entre governo e sociedade para prevenir essas tragédias.”

Entre as propostas, Chavaglia sugeriu o treinamento de brigadistas com apoio do Sistema S, além de linhas de crédito com juros baixos para caminhões-pipa e o manejo das Áreas de Preservação Permanente (APPs), para evitar que se tornem corredores de fogo. Ele também ressaltou a importância de queimadas controladas para impedir a propagação de incêndios descontrolados.

Para Chavaglia, a prevenção é fundamental: “O fogo só se apaga no início ou com prevenção. Depois que se descontrola, não há como apagá-lo.” As discussões com o governo e as instituições financeiras buscam implementar políticas eficazes de prevenção e combate a incêndios, garantindo que os produtores rurais tenham os recursos necessários para reconstruir suas propriedades e enfrentar futuros desafios climáticos.

A reunião contou com a presença do secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, do secretário adjunto Wilson Vaz e do superintendente interino do Mapa em São Paulo, Fabio Paarmann.