//MICHELE GUIZINI, A FORÇA FEMININA NO MARKETING DE INFLUÊNCIA AGRO

MICHELE GUIZINI, A FORÇA FEMININA NO MARKETING DE INFLUÊNCIA AGRO

Quando se fala da lida no trabalho no campo, cria-se um imaginário de um universo desconexo da internet. Mas, a realidade é bem outra, é um exemplo disso é a engenheira agrônoma Michele Guizini, que acumula mais de 1,2 milhões de seguidores no TikTok (www.tiktok.com/@mihguizini) e 210 mil no Instagram (www.instagram.com/mihguizini), a coroando com uma das maiores influenciadoras do setor.

“Graças a internet, os produtores e profissionais do setor podem ter acesso ao conhecimento, e também as ferramentas que ajudam a otimizar o dia a dia, garantindo a qualidade da produção, otimização dos insumos e consequentemente redução dos custos”, pontua Michele, e complementa: “O papel do influenciador no agro é de levar conhecimento aos profissionais do nosso mercado, conectando o campo e a cidade, marcas e pessoas. Isso gera valor e impulsiona as empresas parceiras, além de mostrar a realidade do campo, novidades do setor, como os alimentos são produzidos e a jornada até chegar a mesa do consumidor”.

Em seus perfis a influencer compartilha a sua rotina à frente da fazenda e operando gigantes máquinas agrícolas com até 60 linhas de plantio, mas dos dias 1º a 5 de maio ela estará na Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia para o campo da América Latina, que será realizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

“Estarei presente pela primeira vez como embaixadora do evento, acompanhando as tendências e mostrando as novidades em produtos e serviços, já que a feira é palco dos lançamentos. Além disso, estarei recebendo meus seguidores, os conhecendo pessoalmente trocando e experiências”, explica Michele, que também é embaixadora da New Holland Agriculture, fabricante de máquinas agrícolas que faz parte da CNH Industrial. 

Além desses dois parceiros, Guizini tem em seu currículo parcerias publicitárias para mais de 50 marcas brasileiras e internacionais, entre elas gigantes como Bayer, Boticário, Chevrolet, Claro, Ford, Sicredi, Syngenta, Som Livre e Tik Tok.

Início da Jornada

Em 2018, aos 28 anos, Michele se formou como engenheira agrônoma e poucos meses depois de formada, ela já estava na Bayer, onde permaneceu por dois anos e meio no setor de sementes. “Sei que me formei tarde para os padrões, mas nunca é tarde para se dedicar ao que se ama. E a minha vivência na Bayer reforçou isso ainda mais, essa conexão com o plantio, a terra”, pontua.

Como consultora e vendedora direta, Guizini fazia longas viagens por fazendas e percursos de 600-700 km em um único dia não eram raros na sua agenda. “Aprendi muito. Eu era o ‘agro perrengue’, com pneu furado, no atoleiro e por aí”, diz ela. “Estava direto no campo, via de tudo, e as mulheres podem estar onde quiserem: com máquinas pesadas, com causas, coordenando equipes masculinas. De vestido e bota.”Virada de Chave

 

 

 

Foi na pandemia de Covid-19 que a influencer decidiu seu retorno definitivo para a lida no campo, com as máquinas, claro. Nesse período, começou ver suas redes sociais cada vez mais acessadas à medida que contava seus desafios do dia a dia, o que já fazia de modo aleatório antes.

“Sobre as máquinas agrícolas, as mulheres me perguntam muito sobre habilitação e sobre os desafios da operação”, afirma. A habilitação é feita em curso de operadora de máquinas, que pode ser por meio do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e também em instituições. “Mas operar uma máquina agrícola não é só subir nela. Às vezes, uma máquina tem tanta tecnologia que num primeiro momento a gente nem consegue ver tudo.”

Na operação, Guizini diz que um dos desafios está na manobra em áreas não muito planas ou que ainda tenham pedaços de tocos de árvores, por exemplo. Outra atenção a que ela se dedica é sobre os animais que podem fazer das lavouras as suas casas, como tatu, ema, quero-quero e cobras. “Ontem mesmo a gente estava colhendo soja e paramos tudo porque havia um ninho de quero-quero. Ficou lá, no meio da lavoura, um tufo de soja sem colher por causa deles. A gente pula a ninhada e continua.”, finaliza.